Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) demonstra que, durante a pandemia, os LGBTQIA+ tiveram uma piora significativa no estado de saúde mental. 55% dos entrevistados foram diagnosticados com risco de depressão no nÃvel mais severo em 2021, sendo um Ãndice quase 8% maior do que em 2020, que representava 47%.
A pesquisa aponta que isso também acontece devido ao afastamento das redes de apoio, em especial devido à s medidas de distanciamento social, e também a escassez na ajuda profissional, o que acaba refletindo em uma piora da saúde mental e o aumento das queixas da população de que faltam polÃticas públicas de apoio a comunidade. Além da depressão, 47,5% dos entrevistados já tinham recebido um diagnóstico antes da pandemia para ansiedade.
O prolongamento da crise da Covid-19 aliado ao agravamento da situação financeira, em especial dos LGBTQIA+, também contribuem para uma piora do estado de saúde mental dessas pessoas. O estudo também concluiu que 6 em cada 10 LGBTQIA+ tiveram diminuição de renda ou ficaram sem trabalho por conta da pandemia, subindo a taxa de desemprego de 17,1% para 20,4%.
Segundo uma matéria da CNN Brasil, o resultado tem como base o Ãndice VLC (Vulnerabilidade LGBTQIA+ à Covid-19), criado para o estudo de 2020. O Ãndice oferece indicadores quantitativos que envolvem o cruzamento de dados sobre acesso à saúde, ao trabalho, à renda e exposição ao risco de infecção pelo coronavÃrus. A metodologia utilizada é a mesma que caracteriza o Ãndice de vulnerabilidade social do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
O Ãndice varia entre 0 e 1, quanto mais próximo de 1, maior a vulnerabilidade à doença do grupo analisado. Segundo o estudo, os resultados apontam que a totalidade da população LGBTQIA+ se encontra em um nÃvel de vulnerabilidade grave e 16%, em média, mais elevado do que o ano passado, segundo as dimensões de renda e trabalho, exposição ao risco de contágio e saúde.
O aumento da exposição ao risco também se deve ao aumento no número de casos e quantidade maior de pessoas que deixaram o isolamento social. Os números de 2020 já indicavam que a população se encontrava em um nÃvel de vulnerabilidade entre alto e grave, em especial entre pessoas trans, bissexuais e pretas, pardas ou indÃgenas.