Homem de 61 anos é preso após fazer xingamentos homofóbicos a um atendente da Caixa no ES

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Júlio Cesar Bastos de Souza (61) foi preso pelo crime de homofobia no Centro de Vila Velha, em Vitória, após ofender um atendente da Caixa Econômica Federal, um jovem de 19 anos, na tarde do último dia 24 de abril. As informações são do g1.

Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, Júlio foi até a agência localizada na Avenida Champgnat por volta das 13h30 do dia 24 após não conseguir usar o aplicativo do banco.

Ao chegar lá, o homem perguntou ao jovem sobre o programa “Bolsa Família”, mas antes que o jovem respondesse, ele se dirigiu a outro funcionário e questionou: “não tem ninguém para me atender?”.

Esse outro funcionário disse que não poderia atendê-lo por estar no setor de distribuição de senhas, além de que ele já estava sendo atendido. Nessa circunstância, Júlio Cesar teria dito ao caixa “eu não gosto de v14d0 e não quero v14d4gem, seu v14d1nho”.

Homem de 61 anos é preso após fazer xingamentos homofóbicos a um atendente da Caixa no ES
Reprodução

“Quando ele soltou que ele não gostava de v14do, meu coração já disparou e me deu muita revolta. Ele estava realmente com muito ódio e esboçava no rosto dele a repulsa que ele tinha e aí ele já falava palavras como v14d1nh0, que ele gostaria de ser atendido por um homem de verdade. Em pleno século 21, 2023, ter que lidar com pessoas desse tipo é horrível e nojento”, contou o funcionário da Caixa em entrevista à TV Gazeta nesta terça-feira (25).

Além disso, ele também afirmou à TV Gazeta que não é homofóbico e negou ter xingado propositalmente.
“Essa expressão ‘v14d4gem’ não tem nada a ver com homofobia e nem com o adjetivo pejorativo v14d0 ou homossexual, mas sim molecagem, babaquice. Nesse contexto, esse significado. Não sou homofóbico”, disse.
No entanto, outros funcionários do banco também prestaram depoimento e confirmaram as ofensas de Júlio César ao colega de trabalho. Com isso, o homem foi autuado em flagrante e preso pelo crime de homofobia de acordo com o artigo 20 da Lei 7.716/89 e foi levado para o Centro de Triagem de Viana.
Já o atendente do banco disse que espera que a justiça seja feita. “Passar por esse tipo de situação, ainda mais no meu ambiente de trabalho. Eu prezo muito pela minha educação e não deixo jamais a minha sexualidade interferir naquilo que eu faço. Então, você ter que lidar com isso dessa forma é horrível. Espero que a justiça seja feita”.

No Brasil, a homofobia é considerada crime desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero ao crime de racismo, previsto na Constituição Federal. Com isso, as ofensas verbais, físicas ou psicológicas contra pessoas LGBT+ podem ser punidas criminalmente, com o criminoso sendo preso ou pagando uma indenização, desde que sejam consideradas de caráter homofóbico.

Entre as ofensas que podem ser consideradas como crime de homofobia, estão: insultos, piadas de mau gosto, xingamentos, agressões físicas e verbais, ameaças, constrangimentos, difamações, calúnias e qualquer tipo de violência motivada pela orientação sexual ou identidade de gênero da pessoa.

As penalidades para quem pratica a homofobia no Brasil são variadas, podendo incluir desde multas até prisão. A pena prevista para o crime de racismo é ser preso de 1 a 3 anos e multa, podendo ser aumentada em casos de agravantes, como a utilização de violência ou a reincidência.

Além disso, a vítima de homofobia também pode buscar reparação por meio da justiça civil, pedindo indenização por danos morais e materiais causados pela discriminação. Essa medida pode ser uma forma de conscientizar as pessoas sobre a gravidade da homofobia e de fazer com que as vítimas se sintam amparadas e encorajadas a denunciar casos de preconceito e discriminação.

Victor Miller
Victor Millerhttps://gay.blog.br/author/victormiller/
Jornalista formado pela PUC do Rio de Janeiro, dedicou sua vida a falar sobre cultura nerd/geek. Gay desde que se entende por gente, sempre teve desejo de trabalhar com o público LGBT+ e crê que a informação é a a melhor arma contra qualquer tipo de "fobia"

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