A deputada federal Erika Hilton, junto com a também deputada federal Célia Xakriabá, propuseram na última quarta-feira um projeto de lei para que o indÃgena Tibira do Maranhão seja inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, que reúne pessoas notáveis na história do paÃs.
Tibira do Maranhão é considerado a primeira vÃtima fatal motivada por homofobia, sendo que sua morte em 1614 é documentada.
Segundo as deputadas, o assassinato de Tibira “foi fruto do colonialismo, da homofobia e da discriminação em relação aos povos originários do território que viria a se consolidar como a pátria brasileira”.
“O heroÃsmo de Tibira do Maranhão na construção de nossa Pátria é atemporal. Tibira do Maranhão foi executado com uma bala de canhão por ter ousado ser quem era: indÃgena e homossexual, sua existência foi perseguida pelo projeto do Estado colonial que visava o aniquilamento das subjetividades construÃdas pelos povos originários”, completam as deputadas Erika Hilton e Célia Xakiabará.
Tibira do Maranhão é o nome dado por Luiz Mott a um indÃgena tupinambá brasileiro, não nomeado na obra original, cuja condenação à morte e execução em São LuÃs do Maranhão, em 1613 ou 1614, é relatada pelo frade franciscano Yves d’Évreux, na sua Viagem ao norte do Brasil feita nos anos de 1613 a 1614.
O episódio adquiriu especial notoriedade a partir de 1993, quando Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, sugeriu que este indÃgena teria sido morto por sua orientação sexual, considerando-o primeiro caso documentado de execução no Brasil devido à homossexualidade. Essa indicação, contudo, não consta do relato de Évreux.