Um casal gay decidiu realizar um ensaio fotográfico no final de 2022 com camisa do Remo e, após o trabalho finalizado e com as fotos prontas, o fotógrafo Paulo Victor decidiu publicar o resultado nas redes sociais. No entanto, um dos rapazes, Hércules Cássio, viu que as fotos viralizaram na conta de um terceiro com a legenda: “Amor vamos para o jogo/ depois de tirar umas fotos” como ferramenta de ataques homofóbicos vindo de supostos torcedores do Paysandu. As informações são do Globo Esporte.
Em conversa com o ge Pará, Hércules disse que entrou em contato com o dono da publicação citada, disponibilizando a conversa que teve com o homem, sendo que ele disse que não iria apagar a postagem e ainda pediu para o casal buscar os direitos na justiça. No entanto, a publicação foi apagada.
“Quando eu vi [as postagens homofóbicas], fiquei muito triste, mexeu com meu psicológico. Não tem como não ligarmos. Têm comentários bons, mas têm uns que são muito fortes. Eles ficaram brincando com a nossa imagem só porque estávamos com a camisa do Remo. Nós somos torcedores” – disse Hércules.
Os comentários homofóbicos categorizam crime desde junho de 2019, desde que o Supremo Tribunal Federal aprovou, por 8 votos a 3, uma equivalência ao crime de racismo. Entre outras coisas, a criminalização da homofobia e transfobia prevê que:
- “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
- a pena será de um a três anos, além de multa;
- se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
- e a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.