Atriz Thalita Carauta comenta a importância de afirmar “Negra, atriz, lésbica e com família”

A atriz Thalita Carauta (40), intérprete da personagem Mauritânia na novela “Todas as Flores”, concedeu uma entrevista ao O GLOBO comentando um pouco sobre como o movimento LGBT “abriu caminho” para que ela pudesse ser uma atriz abertamente lésbica.

Sua orientação sexual entrou “em pauta” há cerca de cinco anos, quando ela atuava na novela “Segundo Sol“: “Nesse período, as pessoas me questionavam: ‘Caramba, então você se assumiu?”.

“Graças a Deus, nunca precisei me esconder. Depois de muita luta das ‘monas’ que vieram antes de mim, acho que vivo num cenário mais favorável. Jamais fui escolhida para ser mocinha, e sempre trabalhei com humor. Nesse lugar, as pessoas estão meio que cagando para o fato de eu ser s4p4t4o”, revelou.

Carauta também explica que criou um Instagram para expor momentos em que passa com o filho Bento, de 9 anos, e com a namorada, a também atriz Tay O´Hanna. “É importante que abram o Instagram e vejam uma mulher negra, atriz, lésbica, com família constituída. Uma foto que publico com meu filho diz muita coisa. É como se eu falasse: ‘Você gosta do que eu faço? Então, veja, eu sou assim’. Atraio, desse jeito, olhares mais afetuosos. Afinal, é assim que sou”.

Thalita Carauta começou sua carreira na televisão com pequenos papéis até se popularizar no programa humorístico Zorra Total, especialmente por sua personagem Janete. Por seu desempenho cômico, ganhou seu primeiro Prêmio Qualidade Brasil e também foi agraciada com o Prêmio Extra e o Melhores do Ano de melhor atriz em comédia.

Ela ganhou elogios da crítica por sua participação no filme “O Lobo Atrás da Porta“. Ainda que com poucos minutos de tela, a atriz conseguiu chamar atenção por sua atuação marcante. Por seu desempenho, ela foi premiada pela Academia Brasileira de Cinema com o Grande Otelo de melhor atriz coadjuvante e recebeu uma indicação ao Prêmio Guarani, também de atriz coadjuvante.

Em 2019 voltou a ser reconhecida, dessa vez por sua atuação dramática na série Segunda Chamada, onde ela interpreta a professora de matemática Eliete Sabá. Nos cinemas, protagonizou o drama 4×100 – Correndo por um Sonho, pelo qual recebeu sua segunda indicação ao Prêmio Guarani, dessa vez na categoria de melhor atriz, e atuou com Lázaro Ramos em O Silêncio da Chuva, pelo qual venceu o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival de Cinema do BRICS em 2020.