De acordo com uma pesquisa realizada pelo portal TransEmpregos, em 2022 houve uma diminuição de 5% no número de vagas de emprego para pessoas trans, mas o número de profissionais cresceu em 40%. A região Sudeste é a que mais oferece oportunidades, sendo São Paulo com 61,8%, Rio de Janeiro com 8%, Minas Gerais e Paraná com 2,8% e o Distrito Federal com 1,9%. 18% das vagas são remotas.
Para Tabata Silva, gerente do canal Empregos.com.br, os números retratam a baixa representatividade de pessoas trans em empregos formais. “Ainda precisamos acelerar o rumo à equidade de oportunidades. A contratação de pessoas trans é sinônimo de valorização da diversidade nas empresas”, diz Silva.
O levantamento também aponta que 38,8% das pessoas Trans possuem ensino médio completo, 31,6% completaram o ensino superior, 12,2% são estagiários, 7,1% possuem o ensino fundamental, e apenas 1,5% chegam ao cargo de Trainee.
Os meses com mais contratações para pessoas trans foram em abril, com 162 vagas preenchidas. Em seguida vem o mês de julho, com 150 vagas, janeiro com 136 e novembro com 91. Das áreas com mais oportunidades estão tecnologia, com 21,2%, varejo e comércio com 8,8%, consultorias com 7,9% e serviços com 6,7%.
A pesquisa também aponta que o número de homens trans buscando emprego foi maior em 2022 que as mulheres trans, correspondendo a 41,3%, enquanto elas representaram 38,03%. Já os não binários somam 10,28%.
“Dar oportunidades para profissionais que representam as minorias quando o assunto é diversidade de gêneros, como pessoas trans, travestis, não-binárias, entre outros gêneros, é fundamental. O respeito pelas diferentes identidades de gênero e orientações sexuais dentro das organizações tem sido uma forte bandeira de inclusão e diversidade”, diz Tabata.
O número de homens e mulheres trans negras correspondem a 48,43%, enquanto brancos 47,70%, amarelos 1,70% e indÃgenas 0,81%. “A realidade desse grupo minoritário que lida com transfobia, falta de visibilidade e de acesso em diversos âmbitos da vida é muito triste. O preconceito e a reprodução das violências e exclusões são marcas na vida dessas pessoas, mesmo quando elas estão empregadas. Por isso o ambiente corporativo deve ser plural, acolhedor, seguro e motivador para todos. E o primeiro passo são as oportunidades formais no mercado de trabalho”, finaliza a especialista.