João do Rio continua na moda

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João do Rio, pseudônimo de João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, foi um jornalista, cronista, tradutor e teatrólogo brasileiro. Era membro da Academia Brasileira de Letras. É nome de rua em Botafogo (Zona Sul do Rio / Rua Paulo Barreto)

*5 de agosto de 1881
+ 23 de junho de 1921

Nosso grande cronista e pioneiro da carioquice já foi enredo da Império Serrano no Carnaval.

João do Rio continua na moda
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Mulato, ”imortal” e precursor do Modernismo

Personagem no cinema, interpretado por José Lewgoy no filme Tabu (1982), Paulo Barreto, ou João do Rio, ou Claude, ou José Antonio José, ou Caran d’Ache, ou Joe (pseudônimos), ou Godofredo de Alencar (heterônimo com vida própria – como os de Fernando Pessoa) foi cronista, teatrólogo e contista.

Primeiro homem de imprensa a se interessar pela crônica social, estreou no jornal “Cidade do Rio” (1899) e fundou, em 1915, a revista Atlântica e em 20, “A Pátria”.

Em 1917, criou a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, tendo sido seu primeiro presidente.

Foi a a Portugal várias vezes. Lá, seus textos foram amplamente publicados e é nome de Avenida na cidade de Póvoa de Varzim.

Em 1919, cobriu a Conferência de Paz em Versalhes e esteve também na Italia, Alemanha, Egito, Palestina eTurquía.

Foi o membro da Academia de Ciências de Lisboa e da Academia Brasileira de Letras.

Morte violenta

De origem humilde, tornou-se o primeiro homossexual assumido a ter reconhecimento e prestígio público no Brasil.

Tentou entrar no Itamaraty mas, por ser mulato, foi aconselhado pelo Barão do Rio Branco a desistir da carreira diplomática.

Linha do Tempo

João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto nasceu no Rio em 5 de agosto de 1881, filho do professor de matemática Alfredo Coelho Barreto e de Florência Cristóvão dos Santos Barreto, mulata e bastarda.

Durante a infância, fez seus primeiros estudos com o pai.

Na adolescência, foi leitor Oscar Wilde e Jean Lorrain (dos quais foi o primeiro tradutor brasileiro) que influenciaram fortemente o seu estilo.

Aos 18 anos começou carreira na imprensa em “A Tribuna”, como crítico literário e logo começou a produzir ficção.

O personagem de seu primeiro conto – “Impotência” – era um homossexual virgem de 70 anos.

Os do segundo – “Páginas do diário de um anormal” – dois meninos amigos de infância que se relacionavam usando sadomasoquismo psicológico.

Embora muito incipientes, estes textos adolescentes já revelam uma mente criativa.

Em 1921, morreu dentro de um táxi no bairro do Catete, dias depois de ter sido espancado por marinheiros a mando, provavelmente, de um de seus desafetos.

O corpo foi velado na redação de seu jornal “A Pátria” e o enterro acompanhado por cerca de cem mil pessoas. A versão oficial é a de um infarto fulminante quando saía da redação, a caminho da casa da mãe.

Imortal transgressor

Quando passou a fazer parte do grupo de colaboradores de José do Patrocínio no jornal “Cidade do Rio”, adotou o pseudônimo João do Rio, inspirado no “Jean de Paris”, cronista do “Le Figaro”.

Suas grandes reportagens, como “Movimento Literário” e “A alma encantadora da cidade” foram reunidas em livros que- até hoje- são um belo depoimento sobre a cultura de transição entre os séculos 19 e 20.

Em 1910, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (cadeira 26), e foi saudado pelo acadêmico Coelho Neto.

No mesmo ano em que se tornou “imortal”, editou “Dentro da Noite”, pequeno volume de contos, com tendências góticas e art nouveau.

A comédia sofisticada “A bela madame Vargas”, foi representada pela primeira vez em 22 de outubro de 1912, no Teatro Municipal, com grande sucesso de público.

João do Rio/Paulo Barreto tinha um estilo mordaz, sarcástico, se vestia com espalhafato e atraía críticas severas dos intelectuais conservadores de seu tempo.

Ipanemense

Um dos primeiros moradores de Ipanema, quando o famoso bairro ainda era um imenso areal, recebeu dois terrenos como pagamento de seus artigos, louvando o local, encomendados por um incorporador imobiliário.

Vivia na hoje chiquérrima Avenida Vieira Souto, de frente para o mar e sua mãe, Dona Florência, num imenso terreno na Rua Visconde de Pirajá, hoje a principal do bairro.

Em 1920, fundou A Pátria, jornal que dirigiu até sua morte, e foi colaborador dos jornais O Paiz, A Notícia, O Comércio (de São Paulo) e A Noite e das revistas A Revista da Semana e A Ilustração Brasileira.

Um de seus livros, “O Dia de um Homem”, de 1920, prevê o aparecimento do rádio e da televisão.

Grande amigo de Isadora Duncan, que havia conhecido na Europa, foi seu cicerone na viagem ao Brasil. Na visita à cascatinha da Floresta da Tijuca, no Rio, a bailarina dançou nua.

A reforma urbana

Entre 1902 e 1906, durante a administração do Presidente Rodrigues Alves e sendo prefeito do Distrito Federal Francisco Pereira Passos, o Rio de Janeiro sofreu a maior de suas transformações.

No início do século XX, o espaço urbano da capital não condizia com os novos padrões da modernidade de um país que atraía investidores e era o maior produtor mundial de café.

Testemunha ocular

João do Rio, testemunha ocular deste momento de renovação, escreveu matérias sobre a reforma urbana do Rio, inspirada na que acontecera em Paris no século 19, sob a direção do prefeito Georges Eugéne Hausmann.

Chegando na frente das novidades trazidas pelo Manifesto Modernista e a Semana de 22, estes textos de João do Rio são considerados o mais fecundo material sobre a cidade do Rio de Janeiro nas duas primeiras décadas do século 20, atraindo antropólogos, historiadores, urbanistas e folcloristas.

O crítico literário Brito Broca escreveu sobre João do Rio: “Ele foi um dos inovadores do jornalismo brasileiro, a ponto de ser difícil definir onde termina o jornalismo e começa a literatura”.

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João do Rio continua na moda

Algumas obras de Paulo Barreto/João do Rio, em domínio público, estão na internet em formato de livro virtual – em pdf – podem ser apreciadas por qualquer internauta (gratuitamente).

Experimente baixar “A alma encantadora das Ruas”:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000039.pdf

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