Marlene Dietrich – Musa, atriz, cantora

Marie Magdalene "Marlene" Dietrich nasceu em 27 de dezembro de 1901, filha do oficial prussiano Louis Erich Otto Dietrich e de Wilhelmina Elisabeth Josephine Felsing

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Feita da cabeça aos pés para amar sem preconceito

“Sou feita da cabeça aos pés para amar” (Ich bin von Kopf bis Fuss auf Liebe eingestellt) é a primeira estrofe de “Lili Marleen”, canção que se tornou famosa entre os combatentes dos dois lados, durante a 2ª Guerra Mundial.

Era interpretada pela não menos famosa Marlene Dietrich, musa que estrelou o primeiro filme falado alemão, dona do rosto mais expressivo da época e do par de pernas mais lindas do cinema de todas as épocas.

De sua autobiografia “Marlene D” – cheia de proibições de reprodução e com a advertência de que não era dedicada a ninguém, escorrem mágoas e críticas ferinas. Em 1984, a obra foi publicada no Brasil pela Nórdica. Ali, Marlene Dietrich recorda sua infância aristocrática e detona praticamente toda Hollywood.

Salvos pelo gongo, Josef von Sternberg que a descobriu e que ela julgava ser o maior diretor de cinema que existiu e mais Jean Gabin, Ernest Hemingway (com quem teve um tórrido romance,mas há controvérsia), Erich Maria Remarque, Nöel Coward, Orson Welles, Billy Wilder, Burt Bacharach e Sir Alexander Fleming, o da penicilina, de quem ganhou amostra da primeira cultura da descoberta.

A beldade que fez mais de 500 apresentações na linha de frente da Segunda Guerra Mundial, foi atriz de “Julgamento em Nuremberg”, de Stanley Kramer, sobre dos crimes dos nazistas

Recusou um cheque em branco de Hitler quando tentava trazê-la de volta à Alemanha, em 1938.

Vendeu milhões de dólares em bônus pró forças aliadas, gostava de usar fraque e uniforme militar e seu túmulo em Berlim é agredido por neonazistas com pichações de traidora e prostituta.

Marlene Dietrich - Musa, atriz, cantora
Marlene Dietrich – Musa, atriz, cantora (Reprodução)

Militante desde sempre

Marie Magdalene “Marlene” Dietrich nasceu em 27 de dezembro de 1901, filha do oficial prussiano Louis Erich Otto Dietrich e de Wilhelmina Elisabeth Josephine Felsing.

Pisou o palco pela primeira vez aos 16 anos, vestida com roupas masculinas, transgredindo as normas vigentes desde cedo e tocando violino com talento, até uma tendinite interromper a carreira que mal começava. Foi a primeira mulher a usar calças publicamente, na década de 20

Matriculada numa escola de arte dramática, terminado o curso, estreia nas telas, em 1921.

Depois de muitas aparições no cinema mudo, estrelou o primeiro filme falado alemão Der Blaue Engel – “O Anjo Azul” (UFA – Universum Film Aktiengeselleschaft) lançado em 1º de abril de 1930 em Berlim dirigido por Josef von Sternberg e baseado no romance de Heinrich Mann, “Professor Unrat”.

Gloriosa em sua terra, casou-se com Rudolf Sieber, assistente de direção teatral com quem manteve uma relação aberta. O casal, que jamais se divorciou, teve uma única filha, Maria, nascida em 1924.

Marlene fez mais seis filmes com von Sternberg e, juntos, foram para os Estados Unidos.
Depois de rodar mais alguns longa-metragens dirigida por Sternberg, que permanece por perto como guru e chevalier servant, recebe a visita de um diplomata alemão, emissário de Hitler, com um convite para Marlene: protagonizar filmes pró-nazismo.

E, conta a lend, a proposta teria sido acompanhada de um cheque em branco. Marlene não só recusou o convite, o que foi interpretado como desrespeito ao Führer, como imediatamente naturalizou-se cidadã norte-americana (9 de junho de 1939) passando a ser considerada uma “vergonha ambulante e traidora da pátria alemã”.

Durante 1944/1945, realizou shows para as tropas americanas estacionadas na Europa. No front, cantava para distrair os soldados e compartilhava com eles toda espécie de desconforto físico, doenças e fome.

Terminada a Guerra, condecorada por bravura, começou a explorar a voz, além de atuar como atriz e apresentadora. Fez várias participações em rádio e foi figura pioneira em programas de televisão.

Em 1953, aconteceu o primeiro show solo em Las Vegas, como atração principal do Sahaar Hotel e foi homenageada com uma estrela na Calçada da Fama, no 6400 Hollywood Boulevard. Em 1958, foi indicada ao Globo de Ouro, na categoria de melhor atriz de cinema – drama, por Testemunha de Acusação (1957).

Em diversas turnês mundiais, visitou inúmeros países.

Esteve no Brasil em 1959, quando se apresentou no Golden Room do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. A convite do presidente Juscelino, foi conhecer uma Brasília ainda em fase de início de projeto.

Julgamento em Nuremberg, condenação em casa

Quando tentou voltar para a Alemanha, em 1962, Marlene Dietrich não foi bem aceita e chamada de traidora, ainda no aeroporto.

Talvez porque as feridas ainda estavam abertas e, no ano anterior, ela havia participado do elenco de “Julgamento em Nuremberg” – roteiro de Abby Mann e realização de Stanley Kramer – uma película sobre o holocausto, o nazismo e o processo realizado na cidade de Nuremberg, que chocou o mundo.

Marlene recolheu-se em seu apartamento parisiense e anunciou que escreveria suas memórias.
Em 1978, estrelou o último filme – “Apenas um Gigolô” – contracenando com David Bowie.

Sobre a morte em Paris, aos 91 anos, permanece a versão do suicídio: a não aceitação do envelhecimento, inconformismo com a devastação causada pelo Mal de Alzheimer teria provocado uma overdose de calmantes.

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A propósito da sempre apregoada vida amorosa de Dietrich, a jornalista americana Diana McLellan escreveu um livro apelativo com conteúdo mais bombástico ainda.
Em The Girls: Sappho Goes to Hollywood (As Garotas: Safo vai a Hollywood), a autora descreve o relacionamento lésbico, iniciado em 1925, entre Garbo e Marlene e diz que, depois, as duas passaram a negar que se conheciam.

Maximilian Schell lançou um documentário (1984) com participação da voz da atriz e imagens rastreadas em arquivos.

Em 2001, foi realizado um filme biográfico sobre Marlene, dirigido por seu neto Peter Riva com depoimentos, entre outros, da filha Maria Riva, da amiga Hildegard Knef, de Burt Bacharach e do filho de von Sternberg.

Encontra-se em produção, nos estúdios Dream Works, um filme sobre a vida da atriz, baseado no livro escrito pela filha Maria Riva, estrelado por Gwyneth Paltrow.

A atriz foi escolhida pelo neto Peter, porque “ela -Gwyneth –tem ar aristocrático, porque pode ser profunda sem excesso de emoção e, naturalmente, Gwyneth é melhor cantora”.

Que fofo.

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No Brasil, em 1959

“Luar do Sertão”

Marlene canta “Lili Marleen” 1945

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