Como se não bastassem todas as barbaridades ocorridas no desgoverno que assola o paÃs, o Correio Braziliense ostenta hoje esta manchete:
Câmara aprova audiência para debater Barbie inspirada em atriz trans
Pedido é do deputado Otoni de Paula, vice-lÃder do governo na Casa.
Mal começa junho, Mês do Orgulho LGBT, um bicho-papão sexual assombra a mente doentia do parlamentar.
**********
Barbie na Terceira Idade
com corpinho de dezoito
O aparecimento de Barbie, em 1959, veio substituir a boneca bebê pela boneca mulher, marcando uma mudança na socialização das meninas.
Produto tÃpico do fim dos anos 50/princÃpio dos 60, Barbie se adaptou a todos os decênios porque ela mesma era materialização de uma sociedade consumerista que estava se delineando.
Barbie é o fake, é o simulacro, num mundo que se tornou cada vez mais falso, superficial e inconsistente. É totalmente impossÃvel existir uma figura humana normal com aquelas pernas, aqueles braços, aquela esbeltez.
Barbie é o sonho das meninas, um afago na autoestima delas, que poderiam se projetar e viajar para o futuro, quando teriam busto, um namorado, etc.
E é uma reflexão de cada mudança na sociedade americana.
Atire a primeira boneca a mãe que nunca foi atormentada para incrementar a coleção de Barbies de suas garotinhas. Aqui na terra, a popularidade veio a partir da década de 70, mas eram raras e caras. Minha filha brincava com a Susie, prima pobre da norte-americana.
A criadora e a criatura
Ruth Handler (1916/2002), mulher e sócia de Elliot Handler, fundador da empresa americana de brinquedos Mattel, teve a brilhante ideia de criar a boneca e batizá-la com o apelido da filha deles, Barbara.
Deu ao designer Jack Ryan a incumbência de materializar a ideia e, já para começar, Ryan vestiu-a com uma saia godê e calça cigarrete.
A esquálida manequim Twiggy inspirou os megacÃlios.
Acompanhando as tendências e os movimentos sociais e polÃticos, vestiu-se de hippie, de roqueira, tenista, bailarina, indiana e outras vieram: as Barbies étnicas.
Descolou um namorado, o Ken, esteve grávida com o bebê aparecendo a um simples toque para “abrir a barriga’.
Em seguida, vieram carros, apartamentos, cozinhas, banheiros, salões de beleza, resorts, academias de ginástica, uniformes escolares.
É uma fonte inesgotável de royalties, inspiradora dos novos cânones estéticos.
Sempre peruÃssima, exibiu todos os perfis das mulheres contemporâneas, vestida por grandes nomes como Christian Dior e Giorgio Armani.
Mais de um bilhão de Barbies foram vendidas até este ano de 2022.
O visual foi inspirado numa personagem alemã de histórias em quadrinhos chamada Lili.
Apareceu pela primeira vez na feira de brinquedos de Nova York aberta em 9 de março de 1959 e, a partir de então, tornou-se objeto de desejo de todas as meninas do mundo.